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Blade

"Em crise, Palmeirense não sabe mais viver a realidade"

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Luan era ponta esquerda do Palmeiras no rebaixamento de 2012. Forte fisicamente, encrenqueiro e voluntarioso, compensava a limitação técnica ajudando na marcação sem a bola. Ficou marcado pela torcida (que o escorraçou) como um grosso útil, um grosso que ela adorava odiar. Dois anos depois, o ponta palmeirense é o oposto de Luan: Leandro não é forte, nem brigador. Não faz nada com seus bons atributos técnicos. Não ajuda na marcação, na criação, nada. A torcida detesta os dois, ainda que sejam tão diferentes. Nesta comparação mora um dilema do palmeirense: o que ele quer, afinal? E, hoje, o que ele entende de si?

 

Não bastou a Luan ser só guerreiro. Não é disso que se trata, então. O jeitão lunático de Leandro não incomodava quando os gols saíam, na Série B. Isso é relevante. O palmeirense, carente, cansado, quer ganhar, seja lá como for. El Tigre Gareca também queria, conforme disse repetidamente em sua última coletiva como treinador alviverde: “Jogo para ganhar sempre, em qualquer lugar, foi para isso que me chamaram”. Nestas palavras está a explicação para o 4-3-3 contra o Inter, com Leandro e Mouche nas pontas, apenas um volante, um desastre completo, e entra Eguren no intervalo, opa, agora são dois volantes e uma pitada de realismo – ignorado logo após o jogo, na entrevista.

 

Esta lambança do argentino, e mais os 35 minutos atuando em um grotesco 4-2-4 contra o Sport, foram erros de avaliação tática do Tigre. Isso pouco importa agora. O que ele tinha de mais parecido com o Palmeiras não eram as limitações técnicas, mas a confusão de convicções. Wesley era titular, foi para o banco, voltou como titular e capitão para ser substituído no intervalo. Mendieta não era capaz de dizer se é titular ou terceiro reserva. Felipe Menezes tinha apenas uma dúvida: Gareca gosta muito de mim ou me detesta? E o Mazinho, que apareceu como titular contra o Galo após meses sem sequer entrar em campo? A crise técnica (e do técnico) é uma crise de convicções.

 

Gilson Kleina, o antecessor de Gareca, começou 2014 engolindo seco uma humilhante redução salarial. Por pouco dinheiro Alan Kardec se foi do clube. O porquinho de Paulo Nobre, no entanto, foi quebrado sem dó na pausa da Copa e muita moeda foi usada desnecessariamente com, por exemplo, Mouche e Cristaldo, limitadíssimos atletas que Gareca quis. Tem sido assim: perdeu, desesperou, a convicção acabou. Não tinha dinheiro, os problemas aumentaram, apareceu o dinheiro, gastou-se o dinheiro e os problemas seguiram crescendo. Na entrevista em que anunciou a demissão do técnico, Paulo Nobre disse com toda a assertividade falsa que lhe é peculiar: “Posso garantir: o Palmeiras não vai cair”.

 

É desse tipo de certeza que o Palmeiras vive? Em qual Palmeiras o palmeirense acredita, naquele surreal time que joga de verdade sem o camisa 10 que parece ser fruto de um delírio coletivo, ou na ideia subjetiva que é o amor acima de qualquer coisa, que sintetiza tudo em uma experiência delirante? A festa do centenário deu uns dias a mais de fôlego para a torcida – e de emprego ao treinador. Logo o estádio será reinaugurado. Mais festa, mais frases bonitas, mais ex-jogadores perfumando o ambiente. De distração em distração, uma hora o mundo – e o clube – explode. Quando será o ponto de saturação?

 

Sim, pois o palmeirense, de tanta dúvida que tem, está se distanciando da realidade. Vivendo de nostalgia, de encontros espirituais. É quase uma psicodelia de um mundo onde os mitos são mais factíveis que a realidade, onde a única mentira incontestável é a verdade e onde o presente é o que menos se assemelha a uma vida real. Está acabando a capacidade de distinguir nuances e personagens. E isso é refletido em cada um dos 100 milhões que o clube deve ao próprio presidente, em cada uma das escalações medonhas de Gareca, em cada gol de Kardec no Morumbi, em cada cadeira nova do estádio que sei lá se é do Palmeiras ou se não é.

 

O medo, no fim das contas, é quando tudo que acontece nesse incompreensível Palmeiras fizer sentido. A reação do palmeirense ao cair na real (ou na divisão do campeonato) pode ser agressiva e irada, ou pode ser letárgica, habituada. E aqui completamos uma volta no ciclo verde. O torcedor pode personificar um Luan. Ou um Leandro.

 

* Leandro Iamin é jornalista, zagueiro e acha que chuteira preta é redundância.

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Guest guz

ahhhhh beluzzo, usando a própria revista pra fazer politicagem.....

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Algumas partes são boas, mas achei a matéria meio tendenciosa.

A parte do Gareca está perfeita.

 

edit: Agora que o amigo falou que a revista é do Beluzzo, tá explicado rs

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Falando em confusão de convicções, temos um texto da Carta Capital que diz que a incapacidade de discernimento se reflete "em cada cadeira nova do estádio que sei lá se é do Palmeiras ou se não é". Uma aula de metalinguagem.

 

Bonita a redução que é feita do torcedor tb: ou um limitado voluntarioso, ou um descompromissado. Agora a gente entende pq as diretas nunca tiveram exatamente a simpatia do Belluzzo. Ou talvez só tivessem isso, já que a confusão é a regra do jogo nesse texto e contexto.

 

No mais, é como o guz disse, uma forma oportunista de fazer politicagem no clube através da revista.

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Mas o Belluzzo não tinha dito que ia se afastar da política do clube? Não, pera

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É dai que tiro minhas energias para continuar a pensar no clube e engolir minhas decepções em troca de apaoiar quem tem, pelo menos, HONESTIDADE.

ESSE TEXTO É UMA VERGONHA!

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Nossa, olha essa do Belluzzo agora, usando a própria revista pra fazer politicagem. Fora q tem umas criticas beeeeeeeem nada a ver. Falar q o Cristaldo é limitado sendo q ele jogou relativamente bem os pouquissimos jogos q fez é de uma leviandade sem tamanho.

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Falando em confusão de convicções, temos um texto da Carta Capital que diz que a incapacidade de discernimento se reflete "em cada cadeira nova do estádio que sei lá se é do Palmeiras ou se não é". Uma aula de metalinguagem.

 

Bonita a redução que é feita do torcedor tb: ou um limitado voluntarioso, ou um descompromissado. Agora a gente entende pq as diretas nunca tiveram exatamente a simpatia do Belluzzo. Ou talvez só tivessem isso, já que a confusão é a regra do jogo nesse texto e contexto.

 

No mais, é como o guz disse, uma forma oportunista de fazer politicagem no clube através da revista.

 

 

Exato. Falou tudo.

 

 

Essa parte do Allianz Parque então... Como assim o autor do texto não sabe quem é o dono ?? É só ele perguntar pro patrão dele q assinou aquela bosta de contrato lesivo ao clube.

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repito Gareca o melhor Treinador que tivemos nos ultimos 10 uma pena que veio no momento errado espero que ano que vem teremos um time

excellente em que o Gareca possa voltar e jogar para ganhar nao para empatar como o Jumento Kleina fazia..

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Guest Permusic

Parei de ler no `limitadissimo` Cristaldo...nem vimos o cara jogar direito...

 

Como disse o Tody...TEXTO VERGONHOSO...

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Só por ser da Carta Capital, nem comecei a ler.

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Mouche e Cristaldo limitadíssimos? Meu Deus. Antes de virem pra cá, já vieram consolidados com carreiras de títulos na Argentina e no exterior. Esse repórter poderia se informar mais.

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Mouche e Cristaldo limitadíssimos? Meu Deus. Antes de virem pra cá, já vieram consolidados com carreiras de títulos na Argentina e no exterior. Esse repórter poderia se informar mais.

Não é falta de informação, não. É de isenção.

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