Ir para conteúdo

Arquivado

Este tópico foi arquivado e está fechado para novas respostas.

ricardo_sep

Libertadores 2017 - Grupo do Palmeiras

Posts Recomendados

Pessoal, assim como fiz em 2015 (mais precisamente nesse tópico), crio esse espaço para reunirmos informações mais precisas sobre nossos adversários na Libertadores, com o intuito de observá-los mais de perto, informar os curiosos, tentar ir um pouco além das análises rasas e cheias de pachequismo da maioria dos veículos de imprensa e, claro, debater sobre nossas condições no torneio.

 

Utilizei 5 critérios de avaliação: retrospecto recente em campeonatos nacionais e continentais, aspecto tático e técnico, alvos no mercado, destaques individuais e condições em jogos fora do Allianz.

 

----------------------------------------------------------------

 

Peñarol (Uruguai)

 

Retrospecto recente: clube extremamente tradicional no torneio e com toda uma cultura voltada à disputa do mesmo, mas que vem colecionando eliminações na fase de grupos desde o vice-campeonato em 2011. Caíram nessa fase em 2012, 2013, 2014 e 2016 e não participaram do torneio em 2015. Chegam à atual edição após uma campanha vexatória no Campeonato Uruguaio (14ª posição) e vários problemas internos, o que ocasionou uma troca no comando técnico: Leonardo Ramos, ídolo recente do clube, será o treinador da equipe no começo da temporada 2017.

 

Aspecto tático e técnico: a equipe deixada pelo interino Fernando Curutchet atuava com uma variante entre 4-4-2 e 4-3-1-2 (losango) e baseada em transições rápidas, com poucos passes pelo chão e muitas bolas longas procurando a retenção de bola dos dois atacantes posicionados à frente. Mas o legado não foi dos melhores: a lentidão na recomposição defensiva (problema que forçava o time a se defender com 5 ou 6 homens em vários momentos e desorganizava os encaixes individuais perto da área), a incapacidade de estancar contra-ataques adversários, a movimentação precária no ataque e a falta de repertório ofensivo foram as marcas de uma das piores campanhas do Peñarol na história do Campeonato Uruguaio. Sofreram uma enormidade com as transições adversárias pela pressão desorganizada na marcação alta, e a dificuldade em trabalhar com bola pelo chão foi alvo de muitas críticas da imprensa local, problema que passa tanto pela zaga (composta por Valdez, que já deixou o clube, e Bressan, ex-Grêmio) quanto pelo meio (setor no qual Nahitan Nandez, primeiro homem do meio e melhor passador do time, foi um dos únicos destaques nesse segundo semestre). Pra piorar, perderam dois jogadores importantes nos últimos meses: o meia Nicolás Albarracín, elemento mais avançado do losango de meio campo, jogador de maior flutuação e apoio aos atacantes, e o centroavante Miguel Murillo, ambos negociados com o Deportivo Cali da Colômbia. É de se esperar que o time sofra mudanças com a chegada do novo treinador, mas é certo que o mesmo terá um trabalho enorme pela frente.

 

P2-formation-tactics.png

Formação mais comum da equipe na última temporada.

 

Alvos no mercado: Camilo Mayada (meia, River Plate-ARG), Sebastián Sosa (goleiro, Rosario Central-ARG) e Walter Gargano (volante, Monterrey-MEX).

Reforços: Ramón Arias (zagueiro, LDU-EQU), Kevin Dawson (goleiro, Plaza Colonia-URU), Lucas Cavallini (centroavante, Fénix-URU), Matías Mier (volante, sem clube), Cristían “Cebolla” Rodriguez (meia, Independiente-ARG), Ronaldo Conceição (zagueiro, Atlético-MG), Iván Villalba (zagueiro, Rubio Ñu-PAR) e Lucas Hernández (lateral-esquerdo, Cerro-URU).

 

Destaques individuais: Gastón Gurruceaga (goleiro) e Nahitán Nandez (meia/volante).

 

Condições de jogo fora de casa: viagem de 2h30m até Montevidéu, altitude desprezível.

 

 

----------------------------------------------------------------

 

Jorge Wilstermann (Bolívia)

 

Retrospecto recente: clube tradicional no futebol boliviano, mas com participações modestas em competições internacionais nos últimos anos. Disputaram a Libertadores uma única vez nessa década, em 2011, quando foram eliminados na fase de grupos. Conseguiram o título do Clausura boliviano em maio, o que lhes assegurou vaga nessa edição, mas tiveram um segundo semestre bem mais irregular, reformulando boa parte do elenco, ficando com a 6ª posição no Apertura (20 pontos atrás do campeão Strongest) e caindo ainda na primeira fase da Sulamericana, diante do modesto Sol de América do Paraguai. O ponto positivo do semestre foi a conquista da Copa Cine Center, torneio de intertemporada do futebol boliviano.

 

Aspecto tático e técnico: atuam principalmente em um 4-3-1-2 e, apesar das limitações técnicas, é uma equipe que procura sair com passes curtos desde a zaga e abrir o campo desde a intermediária com os laterais, optando pela saída de três na maioria das primeiras bolas. O que não quer dizer que é um time de muito volume: atuam de maneira mais espaçada com a posse de bola e pecam com frequência na movimentação pra oferecer opções de passe, o que deixa o time dependente da condução de bola dos “3” do losango de meio (setor em que atua o brasileiro Thomaz, acelerando o jogo pelo meio e pelos lados e pisando a área pra finalizar) e os força a apostar em bolas longas em vários momentos. Defensivamente, apostam em encaixes e perseguições individuais mais longas na linha de 4 defensores (com destaque para o experiente Zenteno, zagueiro competente no combate direto e de bom passe), mas possuem um sistema de coberturas decente com a volta dos 3 meias mais recuados do losango, o que possibilita à equipe trabalhar bem com os rebotes e posicionar os 3 jogadores mais avançados à frente da linha da bola em vários momentos, aguardando a oportunidade de contra-atacar. Em jogos de maior exigência defensiva, procuram trabalhar mais com 2 linhas de quatro e deixar os rebotes exclusivamente para os dois atacantes (setor em que o argentino Bergese é fundamental pra romper em velocidade e participar dos passes finais). Ainda não sofreram baixas significativas em seu plantel, mas trocaram de comandante ao término do Apertura: saiu o argentino Julio Zamora, chegou o peruano Roberto Mosquera.

 

J1-formation-tactics.png

Formação mais comum da equipe na última temporada.

 

 

Alvos no mercado: Damián Lizio (meia, Botafogo) e Ronald Raldes (zagueiro, Oriente Petrolero-BOL).

Reforços: Cristian Chávez (meia-atacante, Asteras Tripoli-GRE), Alex Silva (zagueiro, Brasiliense), Gabriel Ríos (atacante, San José-BOL), Rudy Cardozo (meia-atacante, Bolívar-BOL), Luís Carlos Cabezas (atacante, Hunan Xiangtao-CHI) e Omar Morales (lateral-direito, Sport Boys-BOL).

 

Destaques individuais: Edward Zenteno (zagueiro), Thomaz Santos (meia) e Marcelo Bergese (atacante).

 

Condições de jogo fora de casa: viagem de 4h30m até Cochabamba, 2570 m de altitude.

 

 

----------------------------------------------------------------

 

Ganhador 4

 

O adversário, que sairá dos confrontos entre El Nacional (EQU) x Atlético Tucumán (ARG) e Carabobo (VEN) x Junior Barranquilla (COL), será acrescentado ao tópico após a definição da classificação.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites
Visitante

Parabéns pela análise, não é um trabalho simples assistir jogos inteiros e pesquisar detalhes dos times.

 

Como já havia procurado ver algo desses times tive uma noção de como eram deficientes, na sua descrição vejo muitas características do Palmeiras do MO.

 

Achei baixa a qualidade técnica dos jogadores, só um total despreparo do time para não passar nessa fase de grupos, agora que o arsenal técnico do time aumentou e ainda não está totalmente "carregado"... teremos em breve ainda mais força técnica e ao que tudo indica, um sistema defensivo ainda melhor, claro que isso fica no campo da simples teoria.

Mesmo assim é totalmente desaconselhável subestimá-los, até porque vimos em 2015 um Palmeiras com as mesmas características recuar o time inteiro e matar o Rosário Central na unha, mesmo que num catenaccio desorganizado matamos o jogo em contra-ataques cirúrgicos, numa partida em que tivemos pouco mais de 10% da posse de bola, uma vergonha para uma instituição gloriosa como o Palmeiras, mas nada que incomodaria o modesto Jorge Wilstermann de praticar e armar uma arapuca perigosa, ferramentas táticas eles têm pra isso e Libertadores se vê de tudo por uma classificação, resta ver o 4° tima pra se ter uma noção maior das dificuldades do grupo.

 

Ainda assim estou mais otimista que em 2016 quando não esperava mais nada do MO e quis me enganar pra manter a confiança, mas vimos no que deu. Conquanto não classificamos por muito pouco num grupo muito mais difícil que este contendo um time que rivalizava de igual pra igual com o campeão, mantendo a mesma estrutura do time de 16 permanecerei confiante numa boa primeira fase em 17.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Parabéns pelos esforços da análise, mas como o Tulio disse, só uma catástrofe pra não passarmos da fase de grupos. O Palmeiras com ctz já entra como top 3 da competição no papel, e acredito q o EB não vai conseguir, nem se quiser, fazer o time jogar tão mal pra ficar na fase de grupos.

Minha opinião sobre a primeira fase é q além de passar, temos obrigação de ficar entre os 3 melhores primeiros.

Quanto a sequencia na competição já não posso opinar, já q logicamente nunca vimos o elenco atual em campo com o técnico novo.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Valeu, pessoal!

 

Com certeza é um grupo acessível, desde que enfrentado de maneira séria e competitiva. O Peñarol terá 3 meses pra ajustar um sistema defensivo de fazer inveja no MO no quesito "catado", perdeu alguns jogadores importantes ao longo de 2016 e está esbarrando no aspecto financeiro na procura por reforços, a expectativa do clube é conseguir alguns dos nomes citados na lista sem custos, por valores muito abaixo de suas multas e/ou com salários reduzidos. Já o Wilstermann fez essa reformulação no meio do ano, logo após o título boliviano, e vem com uma base mais sólida, mas é um time que sofre horrores pra propor jogo até atuando em casa, ao contrário do que fazem a maioria dos times bolivianos na altitude. É possível que o adversário mais qualificado tecnicamente e taticamente chegue ao grupo após a pré-Libertadores - Junior Barranquilla ou Atlético Tucumán.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Palmeiras tem que entrar rasgando pra ficar como melhor colocado na primeira fase, assim decidiremos todos os jogos do mata a mata em casa, correto?

 

O Allianz Parque é um grande trunfo do Palmeiras, além disse o estádio já virou talismã, 2 anos e 2 títulos.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites
Visitante
Palmeiras tem que entrar rasgando pra ficar como melhor colocado na primeira fase, assim decidiremos todos os jogos do mata a mata em casa, correto?

O Allianz Parque é um grande trunfo do Palmeiras, além disse o estádio já virou talismã, 2 anos e 2 títulos.

 

Não tem mais isso , será igual na champions

 

depois da fase de grupos , a fase eliminatória será sempre sorteios até a decisão

 

os primeiros colocados colocam no mesmo balaio e sorteia os confrontos

 

na outra chave a mesma coisa com os segundos colocados

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Boa analise Parabéns.

 

Nossa, Penarol só tem nome mesmo, não imaginava que estava nessa situação, sabia que estava em uma fase péssima mas não tanto, até pelo nivel do futebol do Uruguai. Esse goleiro deles lembro de ter falhado muito nessa Libertadores de 2016.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Belíssima análise, Ricardo!

 

Esse grupo está muito favorável ao Palmeiras, mas não dá pra tirar o pé, tem que jogar sério, até mesmo pra evitar quaisquer zebras(o que acho bastante difícil acontecer nesse grupo da Liberta, mas nunca se sabe, né).

 

Palmeiras vem forte p essa Liberta, estamos caminhando rumo ao Bi!

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Em 2007 o fluminense fez uma primeira fase incrível , com muitas vitórias e quase sempre com goleadas. Creio que , se o Eduardo Baptista conseguir se adaptar o mais rápido possível e mantendo o jeito de jogar do cuca, moldando aos poucos a forma de jogar de acordo com a sua preferência , possivelmente , iremos fazer uma primeira fase sem nenhuma derrota.

Esperamos que os jogadores e a diretoria tenham aprendido com a libertadores desse ano.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Excelente tópico, ótimas informações...

É obrigação terminar em 1° do grupo e não aceito nada menos que pelo menos a 3ª melhor campanha da primeira fase.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Sobre o Peñarol, uma atualização: não renovaram o contrato do zagueiro Carlos Valdez, titular e capitão na temporada passada, o que irritou boa parte da torcida. Para o lugar dele, foi contratado o zagueiro Ramon Arias, que era uma peça de elenco bastante utilizada no Defensor Sporting em 2014, ano em que chegaram à semifinal da Libertadores. Não é um jogador muito alto (1,80m) pro setor, mas tem um bom aproveitamento no jogo aéreo, melhor qualidade nos passes e agrada a nova comissão técnica pela possibilidade de atuar como lateral-direito. Além dele, contrataram o goleiro Kevin Dawson, destaque do pequeno Plaza Colonia no título do Clausura conquistado por eles no meio de 2016. A expectativa é que chegue para a reserva do atual titular, Gurruceaga.

 

No Wilstermann, nenhuma novidade além da apresentação do novo treineiro, Roberto Mosquera.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

  • Quem Está Navegando   0 membros estão online

    Nenhum usuário registrado visualizando esta página.

×
×
  • Criar Novo...

Informação Importante

Ao usar o fórum você concorda com nossos Termos de Uso e Política de Privacidade..