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Paulo Adriano

As finanças do Palmeiras: do aperto financeiro ao posto de mais rico do futebol brasileiro

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As finanças do Palmeiras: do aperto financeiro ao posto de mais rico do futebol brasileiro

 

O discurso de austeridade e produtividade ficou no passado. O clube entrou numa era de bonança graças a três protagonistas

 

RODRIGO CAPELO

23/05/2017 - 06h01 - Atualizado 23/05/2017 09h42

 

 

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“Não tenho dinheiro para comprar jogadores.” A frase, dita por Paulo Nobre após a eliminação no Campeonato Paulista em abril de 2013, soa descabida quatro anos depois. O discurso naquele ano era de austeridade e contratos remunerados por produtividade – o cartola perdeu logo de cara o argentino Hernán Barcos, ídolo até então, para o Grêmio. O clube quase caiu para a segunda divisão em 2014. Muita coisa mudou nas temporadas a seguir. Foram dezenas de contratações e salários crescentes. Novos ídolos surgiram. Os títulos da Copa do Brasil em 2015 e do Campeonato Brasileiro em 2016 vieram. Não por acaso. A performance esportiva alviverde melhorou porque o Palmeiras se tornou o clube mais rico do futebol brasileiro.

 

O retrospecto financeiro palmeirense se explica em três atos. O protagonista do primeiro deles é o próprio Nobre. E o pano de fundo, o endividamento. No início de sua administração, o dirigente encontrou dívidas de curto prazo impossíveis de pagar com as receitas correntes do clube, muitas delas antecipadas por presidentes anteriores. Para a sorte do torcedor, o novo presidente se tratava de um bilionário excêntrico. Em vez de tomar dinheiro emprestado com bancos, que cobrariam juros altos por causa do risco de calote, Nobre injetou mais de R$ 200 milhões do próprio bolso para sanar as dívidas. Nesse meio tempo, o Palmeiras fez o que nenhum outro, entre os grandes do futebol, conseguiu: não deve nem 1 centavo a bancos. Todos os R$ 125 milhões “bancários” devidos ao término de 2016 se referem ao dinheiro do ex-presidente. Coisa rara.

 

 

O endividamento do Palmeiras baixou em 2016 para R$ 282 milhões. A dívida trabalhista, de R$ 42 milhões, ainda aperta. São salários não pagos por administrações anteriores e viraram passivo depois que os atletas acionaram o clube na Justiça do Trabalho. No mais, as outras dívidas são menos preocupantes. Além dos R$ 125 milhões a serem pagos a Nobre, um endividamento que tem juros baixos e vai sendo amortizado conforme as receitas entram no caixa, há R$ 81,5 milhões devidos ao governo, refinanciados por meio da Timemania e do Refis da Copa. A situação da dívida fiscal é tão confortável que o Palmeiras foi um dos poucos clubes a recusar o Profut, a lei federal instituída em 2015 que permitiu a quase todos seus principais rivais parcelar débitos com o governo em até 20 anos.

 

>> R$ 5 bilhões em faturamento – entenda por que o futebol brasileiro arrecadou tanto em 2016

 

O segundo ato tem outra protagonista: Leila Pereira. A dona das empresas Crefisa e Faculdade das Américas (FAM) – palmeirense, eleita conselheira em 2016 e dotada de motivações políticas – despeja um dinheiro sem precedentes na equipe. Foram R$ 91 milhões em patrocínio no decorrer de 2016. Não há paralelo atualmente. Corinthians e Flamengo, mesmo com torcidas mais numerosas, conseguiram respectivamente R$ 71 milhões e R$ 66 milhões com a mesma rubrica. O único caso semelhante, não mais ativo, foi a parceria entre Fluminense e Unimed, que perdurou mais de uma década e funcionou na prática como um “doping” financeiro. Os cariocas operavam acima de sua real capacidade financeira por causa de um patrocinador motivado pela torcida pessoal de seu presidente, Celso Barros, e suas ambições políticas.

 

O paralelo com o Fluminense da Unimed, que acabou com graves problemas financeiros quando o doping acabou, dá o tom sobre o desafio do marketing palmeirense: diversificar as receitas comerciais do clube para não continuar, como está hoje, dependente dos investimentos de um bolso só. Que fique claro. A dependência se dá no âmbito do departamento de marketing, mas nem tanto no quadro geral. O patrocínio de Leila corresponde a 18% das receitas palmeirenses em 2016, menos do que representaram o contrato de direitos de transmissão (33%) e a torcida (29%). A eventual saída da Crefisa logicamente faria com que o clube levasse um tombo e precisasse readequar suas despesas, um risco que o marketing alviverde precisa minimizar com a captação de novos parceiros, mas outras fontes de receitas tornam o clube menos vulnerável.

 

>> Apesar da bonança financeira em 2016, as dívidas do futebol brasileiro crescem – onde os lucros vão parar?

 

O protagonista do terceiro ato não é feito de carne e osso, mas de aço e concreto. O Allianz Parque. O modelo de negócios adotado pelo Palmeiras com a construtora WTorre foi criticado por muito tempo: o clube cedeu a administração do estádio por 30 anos e vai, durante esse período, receber integralmente as bilheterias de seus jogos e alguma coisa de outras receitas comerciais. Havia quem achasse que, por não ter o domínio integral sobre sua própria arena, o clube fosse se dar mal. Quando veio a realidade pós-Copa do Mundo, da Operação Lava Jato e da crise econômica generalizada no país, o modelo se mostrou o mais seguro. A direção alviverde embolsa R$ 149 milhões com bilheterias, sócios-torcedores e clube social, todas fontes de receita atreladas ao estádio, enquanto rivais como Corinthians e Grêmio, em modelos diferentes, ficaram para trás.

 

O mais surpreendente, no resumo da ópera, é que a bonança palmeirense tem tudo para continuar. A Crefisa continuou a aumentar seus investimentos em 2017, com cerca de R$ 30 milhões investidos à parte em janeiro em novas aquisições de atletas, embora não precisasse pagar nada a mais para manter seus patrocinados satisfeitos. Até o prêmio pela assinatura de um novo contrato com Cuca, o técnico campeão nacional que voltou há pouco à equipe, foi pago pela generosa patrocinadora. A folha salarial, em R$ 198 milhões ao término de 2016, continua a aumentar, enquanto adversários controlam seus gastos como fez Nobre em 2013. Nada disso garante que o clube paulista vá ser campeão de tudo o que jogar. O dinheiro aumenta a probabilidade, mas quem determina o resultado é o atleta em campo. Mas se há um time que entrará como favorito na competição que for por alguns anos, este é o Palmeiras.

 

http://epoca.globo.com/esporte/epoca-espor...brasileiro.html

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Realmente temos que agradecer demais o Paulo Nobre.

Pode ter cometido seus erros, mas é muito raro uma pessoa fazer o que ele fez sem benefício algum em retorno... só pela paixão.

 

Além disso dá pra esfregar esse artigo na cara de quem fala que o Palmeiras só tá aí por causa da Crefisa. hahahahah

 

Olhem o quanto a torcida rende ao time!! 149 milhões em 2016!!!

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Maior parte da renda graças a torcida...

 

Aprende aí rivais...

 

 

 

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PN Teve seus erros mas mudou o rumo de nossa história.

Alguém tinha que fazer o trabalho sujo, e pra nossa sorte, foi alguém que não precisava roubar nada.

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??

 

É uma ironia com os canalhas da imprensa que dizem que o Palmeiras só está bem financeiramente por causa do Paulo Nobre e da Crefisa, que eles chamam de mecenas do Palmeiras.

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Pegou o clube arrasado por administrações incompetentes, afundado em dívidas.

Ele foi sensato, fez o óbvio, o que tinha que ser feito e apesar dos cornetas

colocou o Palmeiras no seu devido lugar.

Ainda bem que a maioria dos críticos não tinha direito a voto caso contrário estaríamos vivendo um caos com o Pescarmona

 

Parabéns a todos que acreditaram no bom senso.

 

 

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É uma ironia com os canalhas da imprensa que dizem que o Palmeiras só está bem financeiramente por causa do Paulo Nobre e da Crefisa, que eles chamam de mecenas do Palmeiras.

Ah ta, por um momento achei que o Mauro Cezar tava infiltrado aqui no fórum.

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Ah ta, por um momento achei que o Mauro Cezar tava infiltrado aqui no fórum.

 

Esse é o mais canalha de todos. Porque foi ele que começou com isso. E mesmo já tendo sido desmentido continua sustentando essa tese.

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Guest vinic

Parabéns pela reportagem. Temos q elogiar conteúdo lúcido.

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Enquanto isso a imprensa:

 

2015: "Tá indo bastante gente no Allianz pq Arena nova é assim mesmo." (mesmo as outras novas nunca lotando)

 

2016: "Tá indo bastante gente pq ainda é novidade, muita gente nova tá indo conhecer" (arenas novas cada vez mais vazias, a do Grêmio é o principal exemplo)

 

2017: "... o plano ST do Palmeiras obriga o torcedor a ir aos jogos." (sim, já ouvi bastante isso, como se o time só tivesse 39 mil torcedores, se alguns não fossem não teriam outros pra ir....)

 

kkkkk

 

30%!

 

Uma pena a Wtorre não ter cumprido os 45 mil de capacidade, se não essa porcentagem seria maior!

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Visitante

Mas há quem pense que seria possível sem um corte brutal de gastos, que poderíamos continuar contratando os "craques" da época e formar bons times sem ter quem faça captação decente de talentos, num clube sem atração nenhuma para os boleiros, Paulo Nobre não foi perfeito pq ninguém é! Frizar em cada comentário, "teve seus erros" deve ser uma maneira de acalentar suas críticas pra não parecer tão errado? Só digo que sem a injeção de dinheiro dele o Palmeiras se salvaria com uma década ou mais de corte de gastos, críticas dos 'sempre certos' torcedores, rótulos pejorativos como ao próprio Nobre e seria necessário uma honestidade por parte do presidente que beirasse a santidade, além de ter que controlar a turba inquieta de Mustafá Contursi. Um presidente com colhões, honestidade de um Jesus Cristo e sem dinheiro próprio pra estancar os "sangramentos" existe???

 

Nossas receitas não são como dos queridos amigos da RGT, Paulo Nobre trouxe consigo um conjunto de peculiaridades favoráveis a essa reconstrução do Palmeiras, tenho certeza que a chance de termos outro sanguessuga "queimando" dinheiro da Crefisa, sendo derrotado e expulsando o patrocinador do clube beiraria os 100%.

 

Tenho certeza que o clube continuaria na mediocridade e sem ter como pagar suas dívidas​, com um fórum cheio de revoltados tendo que assistir peladeiros amadores com uma camisa de tantas glórias.

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Visitante

O problema é que os incompetentes que levaram o clube a quase falência continuam dando as cartas no clube.

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