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Eduardo Luiz

Receita estabilizada e dívida maior; veja uma análise do balanço de 2019

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Análise feita por Leandro Santile, colunista do PTD.
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Amigos Palestrinos, bom dia.

Demorou, mas saiu. O Palmeiras esperou o último dia do prazo exigido pela legislação para efetuar a publicação de suas demonstrações financeiras do ano de 2019 e o Palmeiras Todo Dia não podia deixar de analisar os números apresentados.

Já estamos acostumados com a mídia anunciando que o Palmeiras apresentará déficit, que a dívida aumentou, as despesas estão fora da realidade, que só suportamos a crise por conta de um patrocinador mecenas. Mas será que tudo isso é verdade? Neste post, como de costume, será feita uma análise técnica do balanço para que possamos melhor compreender como está a real situação financeira do nosso verdão.

De início temos que compreender que um clube de futebol tem como principal fonte de geração de caixa os direitos econômicos de seus jogadores e esses valores estão contabilizados no Ativo Não Circulante, enquanto uma instituição financeira o dinheiro é seu principal gerador de caixa e o mesmo é contabilizado no Ativo Circulante.

Mas porquê fazer essa comparação? Para que possamos entender que cada tipo de atividade merece uma leitura do balanço de acordo com seu propósito, algumas terão maior liquidez a curto prazo, outras a longo prazo. No caso de clubes de futebol a liquidez é a longo prazo.

Ao iniciar a análise da publicação nota-se que novamente o balanço foi auditado pela empresa GF Auditores Independentes, que emitiu parecer favorável, com apenas uma ressalva: O processo de arbitragem que Palmeiras e Real Arenas disputam. Como não existe estimativa do desfecho dessa situação, não há como saber o impacto nas demonstrações.

Para facilitar a leitura e a análise toda informação será apresentada em milhares de reais, conforme apresentado na publicação.

Primeiramente vamos verificar qual é o comportamento de nossa dívida, ela aumentou? SIM, novamente nosso endividamento sofreu um aumento, passamos de um passivo total de R$ 586.285 para R$ 676.390, ou seja um aumento de 15,37%, inferior aos 20,91% de 2018, mas mesmo assim nossa dívida cresceu.
O que ocasionou esse aumento? Os principais fatores foram:

  1. Aumento do endividamento com a Crefisa: 20,63%
  2. Antecipação de contratos: 15,06%
  3. Dividas com clubes de futebol e agentes (contratações): 4,25%

Ocorreram, conforme nota explicativa 11 antecipações de contrato de direito de transmissão, licenciamentos, patrocínio, além de direito de preferência pela venda futura de atletas. Esse aumento da dívida preocupa?

Para responder a esta questão temos que analisar o outro lado do balanço, como se comportou o ativo do clube nesse período?

O Ativo do Palmeiras passou de R$ 645.945 para R$ 737.774, portanto um aumento de 14,22%, contra um aumento do passivo de 15,37%, um pequeno aumento a maior no passivo, não sendo um valor relevante a princípio.

Se considerado o valor exposto no balanço, significa na prática que o Palmeiras possui R$1,08 para cada R$1,00 de dívida. Sem levar em consideração possíveis lucros e prejuízos na venda de jogadores, apenas os valores pagos pelos mesmos, portanto, uma dívida, apesar de muito alta, ainda controlada.

Ao analisarmos as receitas do clube, entenderemos melhor de onde vem os recursos que possibilitam a manutenção de elenco e pagamento de todas as despesas do clube, as receitas apresentadas foram:

tabela_balanco_2019.jpg

Observa-se que nossa principal fonte de renda no ano de 2019 foi obtida pelo direito de transmissão de TV que aumentou 30,13%, seguido pelo patrocino que também aumentou em 24,95% se comparado com o ano anterior.

Observa-se também que as receitas com patrocínio, negociação de atletas e arrecadação de jogos, estão muito próximas, essa diversidade descarta uma dependência de uma das fontes, deixando o clube com maior poderio em negociações, como visto com a TV, o que impactou no crescimento dessa receita.

O Ponto de atenção fica para a redução com a arrecadação em jogos, em 2018 arrecadamos R$ 164.303, contra R$ 107.856 em 2019, uma redução de 36,18%.

No total, mesmo com aumento das cotas de TV e do patrocínio, nossas receitas totais tiveram uma redução de 1,83%, passando de R$ 653.850 em 2018 para R$ 641.915 em 2019.

Em contrapartida a redução das receitas, as demonstrações apresentam um aumento das despesas, que passaram de R$ 600.805 para R$ 623.801, um aumento de 3,83%, esse aumento foi impulsionado principalmente pelo aumento da folha salarial, que aumentou em 21,26% de um ano para outro.

Apesar do apresentado, aumento de despesas e redução de receita, o clube ainda apresentou resultado positivo, ou seja, um superávit de R$ 1.724, que mesmo sendo consideravelmente inferior ao do ano anterior, demonstra que o clube gerou receitas para cobrir suas despesas e ainda obteve uma sobra para liquidar possíveis passivos.

Em um resumo geral, o Palmeiras ainda continua forte financeiramente, não possuindo um mecenas, usando sim suas diversas fontes de renda para conseguir contratos melhores e condições que permitam liquidar suas obrigações.

Porém, chama atenção o aumento da dívida pelo segundo ano consecutivo, mas, ao contrário do ano anterior nossas receitas caíram, portanto, é necessário mudar algumas situações para reverter esse cenário, no final do ano passado algumas medidas foram tomadas que irão impactar diretamente no balanço de 2020 e, só então, verificaremos a reversão desse quadro.

Ainda sou partidário da montagem de estratégia para redução do passivo gradativamente, principalmente junto à patrocinadora, aproveitando-se do alto faturamento, para no futuro possuirmos uma situação financeira ainda mais favorável, evitando surpresas caso percamos ainda mais receitas, principalmente com a venda de jogadores que garantem esse débito.

Mais uma vez, espero que essa análise ajude a diminuir as dúvidas sobe a situação financeira do Palmeiras, e como no ano anterior, gostaria que os questionamentos fossem feitos e no próximo post tirarmos as dúvidas que ainda restarem.

Avanti Palestra.

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Guest Verdissimo

Meio preocupante esses dados, ainda mais sabendo que nossa arrecadação vai ser menor esse ano por conta do vírus.

A falta de títulos no ano passado também pesou para a baixa arrecadação.

Pesa ao nosso favor deste ano a diminuição da folha, por que o Barros fez uma série de dispensas e negociações.

Olhando para isso tudo, acho que o Mattos estava levando nós para o buraco mesmo e foi benéfica ao clube sua saída. 

E concordo que teríamos que desenvolver um plano para diminuição do nosso passivo urgentemente.

 

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Em se tratando de clube de futebol, pode-se dizer que é um resultado até bom, um time que não ganhou títulos em 2019 e torrou dinheiro em contratações erradas ainda conseguir ficar no azul enquanto os outros ficaram com grande prejuízo. O problema é o cenário futuro complicado, a tendência do passivo com a patrocinadora continuar subindo (infelizmente estes jogadores que eles trouxeram não servirão nem para abater parte da dívida) e a entrada de dinheiro que já era projetada mais baixa este ano, será ainda menor.

O Palmeiras precisa liquidar esta dívida com a Crefisa urgente, talvez até sacrificando alguma relevação da base em uma venda não tão boa, no cenário que virá nos próximos anos carregar esta faca no ventre pode iniciar uma espiral da morte 

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Também sou a favor de um plano para antecipar e quitar a pendência com a patrocinadora, num molde como o pagamento do empréstimo do paulo nobe, ou seja, 10% de tudo que entraria ser direcionado direto para o pagamento.

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Guest Verdissimo

Não faz o menor sentido pagar a patrocinadora sendo que os juros são baseados no CDI e hoje a taxa está 2,9% ano ao  0,24% ao mês.

Esses juros são ridículos para os padrões brasileiros e com certeza temos outras dívidas que implicam valores muito, mas muito superiores a isso.

Temos que amortizar tudo que seja de curto prazo ou que tenham juros altos.

E dar nossos pulos para aumentar a renda, o que será um grande desafio para diretoria esse ano.

Pagar a patrocinadora só nos deixaria sem fluxo de caixa.

Só para os amigos terem uma noção de como está a coisa, se você tiver 10.000,00 reais na poupança hoje, você vai receber 20 reais de juros por mês.

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Em 11/05/2020 em 06:05, Verdissimo disse:

Não faz o menor sentido pagar a patrocinadora sendo que os juros são baseados no CDI e hoje a taxa está 2,9% ano ao  0,24% ao mês.

Esses juros são ridículos para os padrões brasileiros e com certeza temos outras dívidas que implicam valores muito, mas muito superiores a isso.

Temos que amortizar tudo que seja de curto prazo ou que tenham juros altos.

E dar nossos pulos para aumentar a renda, o que será um grande desafio para diretoria esse ano.

Pagar a patrocinadora só nos deixaria sem fluxo de caixa.

Só para os amigos terem uma noção de como está a coisa, se você tiver 10.000,00 reais na poupança hoje, você vai receber 20 reais de juros por mês.

Lá fala aumentou de 20,63% de um ano para o outro, logo - pelos dados da matéria - da muito mais do que vc falou, 20,63/12= 1,72% mês (juro simples) e outra coisa, vc colocou taxa CDI, não tenho certeza sobre isso, mas as notícias falam de juros maiores.

Esse ano o Palmeiras desfazendo de alguns jogadores de salários altos (Ramires e LL) e vendendo os poucos utilizados, mas com valor de mercado (Luan, Scarpa, RV) já daria um ajuste e tanto nesses valores.

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Guest Verdissimo
9 horas atrás, agnaldo_jc disse:

Lá fala aumentou de 20,63% de um ano para o outro, logo - pelos dados da matéria - da muito mais do que vc falou, 20,63/12= 1,72% mês (juro simples) e outra coisa, vc colocou taxa CDI, não tenho certeza sobre isso, mas as notícias falam de juros maiores.

Esse ano o Palmeiras desfazendo de alguns jogadores de salários altos (Ramires e LL) e vendendo os poucos utilizados, mas com valor de mercado (Luan, Scarpa, RV) já daria um ajuste e tanto nesses valores.

Eles devem ter pegado dinheiro da patrocinadora.

"Um outro trecho do balanço se dedica principalmente à pendência do clube para com a Crefisa, avaliada agora em R$ 170 milhões. Em janeiro de 2018 o Palmeiras e a empresa assinaram um termo aditivo sobre o formato da operação utilizada entre ambos para contratar jogadores com recursos vindos da patrocinadora. Em vez de configurar como compras de propriedade de marketing, passou a ser um empréstimo com juros corrigidos pela CDI. O acordo foi refeito para se adequar a uma exigência da Receita Federal, que multou a Crefisa no fim de 2017 por considerar inadequado o formato utilizado anteriormente."

https://istoe.com.br/palmeiras-tem-divida-de-r-170-milhoes-com-a-crefisa-pela-contratacao-de-atletas/

Só você postar a noticia que falam dos juros maiores que você citou. Se não é mentira.

 

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Em 07/05/2020 em 10:49, Eduardo Luiz disse:

Análise feita por Leandro Santile, colunista do PTD.
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Amigos Palestrinos, bom dia.

Demorou, mas saiu. O Palmeiras esperou o último dia do prazo exigido pela legislação para efetuar a publicação de suas demonstrações financeiras do ano de 2019 e o Palmeiras Todo Dia não podia deixar de analisar os números apresentados.

Já estamos acostumados com a mídia anunciando que o Palmeiras apresentará déficit, que a dívida aumentou, as despesas estão fora da realidade, que só suportamos a crise por conta de um patrocinador mecenas. Mas será que tudo isso é verdade? Neste post, como de costume, será feita uma análise técnica do balanço para que possamos melhor compreender como está a real situação financeira do nosso verdão.

De início temos que compreender que um clube de futebol tem como principal fonte de geração de caixa os direitos econômicos de seus jogadores e esses valores estão contabilizados no Ativo Não Circulante, enquanto uma instituição financeira o dinheiro é seu principal gerador de caixa e o mesmo é contabilizado no Ativo Circulante.

Mas porquê fazer essa comparação? Para que possamos entender que cada tipo de atividade merece uma leitura do balanço de acordo com seu propósito, algumas terão maior liquidez a curto prazo, outras a longo prazo. No caso de clubes de futebol a liquidez é a longo prazo.

Ao iniciar a análise da publicação nota-se que novamente o balanço foi auditado pela empresa GF Auditores Independentes, que emitiu parecer favorável, com apenas uma ressalva: O processo de arbitragem que Palmeiras e Real Arenas disputam. Como não existe estimativa do desfecho dessa situação, não há como saber o impacto nas demonstrações.

Para facilitar a leitura e a análise toda informação será apresentada em milhares de reais, conforme apresentado na publicação.

Primeiramente vamos verificar qual é o comportamento de nossa dívida, ela aumentou? SIM, novamente nosso endividamento sofreu um aumento, passamos de um passivo total de R$ 586.285 para R$ 676.390, ou seja um aumento de 15,37%, inferior aos 20,91% de 2018, mas mesmo assim nossa dívida cresceu.
O que ocasionou esse aumento? Os principais fatores foram:

  1. Aumento do endividamento com a Crefisa: 20,63%
  2. Antecipação de contratos: 15,06%
  3. Dividas com clubes de futebol e agentes (contratações): 4,25%

Ocorreram, conforme nota explicativa 11 antecipações de contrato de direito de transmissão, licenciamentos, patrocínio, além de direito de preferência pela venda futura de atletas. Esse aumento da dívida preocupa?

Para responder a esta questão temos que analisar o outro lado do balanço, como se comportou o ativo do clube nesse período?

O Ativo do Palmeiras passou de R$ 645.945 para R$ 737.774, portanto um aumento de 14,22%, contra um aumento do passivo de 15,37%, um pequeno aumento a maior no passivo, não sendo um valor relevante a princípio.

Se considerado o valor exposto no balanço, significa na prática que o Palmeiras possui R$1,08 para cada R$1,00 de dívida. Sem levar em consideração possíveis lucros e prejuízos na venda de jogadores, apenas os valores pagos pelos mesmos, portanto, uma dívida, apesar de muito alta, ainda controlada.

Ao analisarmos as receitas do clube, entenderemos melhor de onde vem os recursos que possibilitam a manutenção de elenco e pagamento de todas as despesas do clube, as receitas apresentadas foram:

tabela_balanco_2019.jpg

Observa-se que nossa principal fonte de renda no ano de 2019 foi obtida pelo direito de transmissão de TV que aumentou 30,13%, seguido pelo patrocino que também aumentou em 24,95% se comparado com o ano anterior.

Observa-se também que as receitas com patrocínio, negociação de atletas e arrecadação de jogos, estão muito próximas, essa diversidade descarta uma dependência de uma das fontes, deixando o clube com maior poderio em negociações, como visto com a TV, o que impactou no crescimento dessa receita.

O Ponto de atenção fica para a redução com a arrecadação em jogos, em 2018 arrecadamos R$ 164.303, contra R$ 107.856 em 2019, uma redução de 36,18%.

No total, mesmo com aumento das cotas de TV e do patrocínio, nossas receitas totais tiveram uma redução de 1,83%, passando de R$ 653.850 em 2018 para R$ 641.915 em 2019.

Em contrapartida a redução das receitas, as demonstrações apresentam um aumento das despesas, que passaram de R$ 600.805 para R$ 623.801, um aumento de 3,83%, esse aumento foi impulsionado principalmente pelo aumento da folha salarial, que aumentou em 21,26% de um ano para outro.

Apesar do apresentado, aumento de despesas e redução de receita, o clube ainda apresentou resultado positivo, ou seja, um superávit de R$ 1.724, que mesmo sendo consideravelmente inferior ao do ano anterior, demonstra que o clube gerou receitas para cobrir suas despesas e ainda obteve uma sobra para liquidar possíveis passivos.

Em um resumo geral, o Palmeiras ainda continua forte financeiramente, não possuindo um mecenas, usando sim suas diversas fontes de renda para conseguir contratos melhores e condições que permitam liquidar suas obrigações.

Porém, chama atenção o aumento da dívida pelo segundo ano consecutivo, mas, ao contrário do ano anterior nossas receitas caíram, portanto, é necessário mudar algumas situações para reverter esse cenário, no final do ano passado algumas medidas foram tomadas que irão impactar diretamente no balanço de 2020 e, só então, verificaremos a reversão desse quadro.

Ainda sou partidário da montagem de estratégia para redução do passivo gradativamente, principalmente junto à patrocinadora, aproveitando-se do alto faturamento, para no futuro possuirmos uma situação financeira ainda mais favorável, evitando surpresas caso percamos ainda mais receitas, principalmente com a venda de jogadores que garantem esse débito.

Mais uma vez, espero que essa análise ajude a diminuir as dúvidas sobe a situação financeira do Palmeiras, e como no ano anterior, gostaria que os questionamentos fossem feitos e no próximo post tirarmos as dúvidas que ainda restarem.

Avanti Palestra.

Nessa aqui fala de aumento, posso ter me equivocou, pois esse aumento pode ter incluído novas contratações.

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