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HADZ123

Transferências internacionais e onde o Palmeiras deve focar nos próximos anos

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Quando uma regra no futebol muda, é bom estar atento sobre as formas que essas mudanças vão causar impacto no mercado de futebol. É bastante corriqueiro ver os torcedores aqui clamando pela contratação de trintões que estão sendo dispensados de clubes europeus, mas gostaria de chamar atenção para outro ponto: a mudança na regulamentação da FIFA sobre empréstimos de jogadores de 22 anos ou mais, a partir da temporada 2022-23. A partir de 2022 - fiquem atentos à data, é julho de 2022, para transferências internacionais - apenas 8 atletas poderão ser emprestados por clube, e a partir da temporada seguinte, apenas seis. Antes de continuar, vou recomendar que vocês leiam esse artigo do Cesar Graffieti

https://www.infomoney.com.br/colunistas/cesar-grafietti/negociacoes-de-atletas-e-a-regra-de-emprestimos-da-fifa-atencao-ao-mercado/ 

A regra existia e era prevista para começar a valer a partir de 2020-21, e com a pandemia, se adiou até 2a notícia. A 2a notícia veio em maio:

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2) Squad sizes (loans)

To combat the hoarding of players, stakeholders agreed on new loan rules in February 2020. However, the introduction of these rules was postponed due to the COVID-19 pandemic. The FSC agreed on the implementation of the new loan rules as of 1 July 2022.

 

https://www.fifa.com/about-fifa/organisation/media-releases/football-stakeholders-committee-agrees-on-key-principles-pertaining-to-third-ref

Esse ponto vai radicalmente alterar a dinâmica de transferências internacionais. Em primeiro, pq jogadores que tipicamente se transfeririam para a Europa aos 21 anos, mais ou menos - considerem, por exemplo, Wesley, Patrick de Paula - passarão a se transferir na média para clubes menores, tendo em vista que clubes maiores não vão poder realizar muitos empréstimos para esperar o jogador maturar. Para casos como o grupo City, que tem vários clubes, isso não afeta radicalmente, já que eles têm a possibilidade de alocar em um clube "menor", e se convir, transferir depois para um Manchester da vida. Isso ressalta a importância de fazer parte ou de ser um conglomerado de clubes, que pode tirar vantagem de estar em mercados diferentes, com níveis de competitividade diferentes, e me parece beneficiar clubes como City, RB, etc. O Flamengo tem um projeto desses, que particularmente, destaco aqui, eu sugeri há um bom tempo e eles estão fazendo algo bem parecido com o que eu sugeri. Mas vamos aos outros pontos, que são mais relevantes para o curto prazo.

Continuando o ponto inicial, apenas jogadores de nível realmente mais alto vão se transferir para grandes clubes, numa idade a partir de uns 20 anos. Isso naturalmente de alivia quando um jogador tem apenas 18, 19 anos, mas acaba se tornando um incentivo para que os clubes comprem em uma idade mais nova do que faziam anteriormente, dentro do limite do possível (18 anos, hoje).

O outro lado da moeda é que a procura por atletas com mais que 22 anos tende a reduzir para grandes clubes, e talvez, isso facilite a manutenção de atletas "médios", algo que hoje mesmo me parece ser algo que os clubes brasileiros têm dificuldades de fazer. Isso vai depender de quão bem estruturados estão os clubes brasileiros, em comparação com os clubes médios europeus.

Por fim, um terceiro ponto a destacar, muito, muito importante: muitos clubes europeus apostaram em uma estratégia de comprar em uma idade nova, e empréstimos sucessivos. Isso significa que muitos clubes terão duas opções: (a) ficar com elencos inchados, com jogadores que não são úteis para eles - que significa, também, ficar com elencos com folha alta; (b) vender, mesmo que com prejuízo, jogadores para tornar o elenco mais coeso, com os atletas que esportivamente contribuem mais. Naturalmente, apenas pela regulamentação da FIFA, existiria a opção de emprestar internamente, dentro dos países, mas existe (ou existia, quando estavam elaborando a regra - e não sei se alteraram) uma regra que previa que as entidades nacionais espelhassem essa regra em um determinado prazo. No fim do dia, o que isso significa, é que mais atletas, que até aqui eram difíceis de compramos, e que ficavam rodando a Europa, poderão entrar em mercado por um preço menor do que tipicamente veríamos. 

Essa regra tende a se tornar ainda mais rígida na temporada seguinte, salvo engano, com seis atletas apenas (e acho que existia também uma previsão de 3 atletas in, 3 atletas out, o que torna isso ainda mais restritivo - também não sei como está essa regra, apenas vi as notícias sobre o tema. Para ter uma ideia, o Chelsea tinha 28 atletas nessa situação. A partir de julho de 2022, então o Palmeiras tem que estar focado na situação desses atletas que costumam ser emprestados na Europa. Barganhas podem surgir dessas situações.

Alguns meios contratuais podem de fato, como diz a matéria, ser desenhados para dar a volta nessas regras, como acordos de venda com opção de recompra, mas de um modo ou de outro, temos que manter o foco nessas oportunidades que vão surgir, e não podemos perder o foco nessas oportunidades por atletas pré-aposentados se oferecerem. 

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13 horas atrás, HADZ123 disse:

A partir de julho de 2022, então o Palmeiras tem que estar focado na situação desses atletas que costumam ser emprestados na Europa. Barganhas podem surgir dessas situações.

É realmente muito importante, e pode ter um efeito colateral extremamente positivo para nós, mesmo que num primeiro momento pareça negativo.

Sim, concordo que vão surgir oportunidades de mercado e temos que estar atento pra repatriar os melhores jogadores que vão ser "dispensados", mas vejo com ainda melhores olhos o outro efeito.

Times que trabalham acima do limite do caixa e são bons formadores, como Fluminense, Santos e São Paulo, devem sofrer muito com uma possível queda de negociações de jogadores de 21, 22 anos. Já o Palmeiras trabalha hoje, de acordo com aquele relatório do Itau, com uma proporção de folha salarial x arrecadação extremamente confortável, e tendo as dívidas cada vez mais controladas. Ou seja, não precisamos de grandes vendas pra fechar o ano. Isso faz com que possamos segurar nossos bons jogadores por muito mais tempo, aproveitando o cara no auge, não só na idade de maturação e depois quando volta por não ter mais espaço na Europa.

Isso dá uma vantagem estratégica importante. Os diferenciados sub 19 devem continuar valorizados, os sub 21 devem desvalorizar e ir pra times menores. Nossos bons sub 21 podem ficar por aqui mesmo e fazer carreira aqui ou então saírem já com vaga na seleção e uma valorização extra.

 

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