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Sergio Verde

22 de Dezembro de 1974

Posts Recomendados

É fundamental definir o conceito de campeonato paulista da época: o mais cobiçado e o mais importante para os times paulistas, muito diferente do que é hoje. Como era o mundo há 42 anos, sem internet, com raríssimas transmissões de jogo ao vivo. TV a cabo era algo inexistente e impensável... Rádio e jornais eram os principais meios de comunicação, e o poder de influência deles era tão impactante quanto às notícias on-line, fartas em qualquer smart phone hoje em dia.

Nesse cenário, impensável um time popular como os gambás estarem eternos 20 anos sem ganhar um campeonato paulista, principalmente se comparar-se que ganha-se disputando com 3 outros grandes só. Claro, os times do interior também eram fortíssimos, ainda assim, os 4 grandes da capital, e vez por outra a Lusa, estavam sempre comemorando algum título.

O que não mudou de lá para cá, foi o "mimo" da imprensa dedicado aos lixos. Haviam vencido o 1o turno, e já haviam garantido vaga na decisão do Paulista de 1974. O Palmeiras começou o campeonato meio "cambaleante", pois teve mais de meio time convocado para a Copa do Mundo daquele ano, e quando voltaram da Alemanha, não tiveram tempo de se readaptar. Mas no 2o turno, o Palmeiras fez prevalecer sua força, sua técnica, sua categoria, e venceu o 2o turno indo para a final contra os gambás.

Pronto! A receita do bolo estava feita! Gambás venceriam seu principal rival, e sairiam de seu mais longo jejum até então...

Artimanhas - todas elas suportadas e até incentivadas pela imprensa - não faltaram: desde fazer o 2o jogo da final no Morumbi (o Palmeiras era contra, pq o gramado estava em péssimo estado, por ter sido recentemente reformado, e a grama extremamente alta atrapalharia o time mais técnico), até a descarada mobilização da cidade para a festa em preto-e-branco.

No 1o. jogo, apesar do domínio absoluto do Palmeiras, empate em 1 a 1 numa 4a feira chuvosa...

No 2o jogo, com um Morumbi com mais de 100 mil sofredores, e com uns 20 mil palmeirenses espremidos nas arquibancadas, a verdade - contra tudo e contra todos - foi mantida: o Palmeiras era infinitamente superior ao seu rival, e nada, nem ninguém conseguiria reverter isso. Mais um jogo de domínio absoluto alvi-verde, da categoria de um Ademir da Guia, às defesas seguras de um Leão. Da simplicidade e eficiência na defesa com Luis Pereira e Alfredo, às subidas seguras ao ataque de Zeca pela esquerda, e Jair Gonçalves (substituindo naquela partida o ótimo titular Eurico) pela direita. Da firmeza, dedicação e resiliência de Dudu, que espantou toda a torcida ao ser "nocauteado" na barreira num tiro de Rivelino, e voltou 1 minuto depois ao campo como se nada tivesse acontecido, à inteligência e elegância de Leivinha, com seus dribles e cabeceios fatais. Da absurda velocidade de um Edu, aos dribles desconcertantes de um Nei. E, claro, com o oportunismo de um Ronaldo, que veio do Cruzeiro, e que apesar de não ser "ele", para os palmeirenses também sempre será um fenômeno, pelo golaço que calou e levou 90% de um estádio às lágrimas. Assim como 100% da imprensa.

Para os cinquentões como eu, difícil não encarar esse como o maior título de nossa história... o mais comemorado... o que tirou o preto das ruas antes do apito do árbitro, e pintou a cidade de verde logo após o final da partida... e a música que ainda ecoa em meus ouvidos... zum, zum, zum... é vinte e um!!!

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E foi neste jogo que o Rivelino( maior jogador dos Gambas de todos os tempos)depois de ser totalmente anulado na partida foi execrado e praticamente expulso dos coisa ruim.

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O Ronaldo mais decisivo e que não pipocou em um Palmeiras x Corinthians, obviamente, jogou aqui.

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E foi neste jogo que o Rivelino( maior jogador dos Gambas de todos os tempos)depois de ser totalmente anulado na partida foi execrado e praticamente expulso dos coisa ruim.

hehehehe... e foi campeão pela 1a vez na vida no Frufru, um ano depois... mas esse era craque, cracaço de bola, reconheço...

 

 

O Ronaldo mais decisivo e que não pipocou em um Palmeiras x Corinthians, obviamente, jogou aqui.

Pois é...hahaha... e coincidência ou não, ambos foram "originados" no Cruzeiro...

 

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Muito bem lembrado, Sergião!!!

 

100 mil gambás contra 20 mil palmeirenses... e a imprensa toda na torcida deles...

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Pois é...hahaha... e coincidência ou não, ambos foram "originados" no Cruzeiro...

 

Teve um frangueiro na década de 90 tbm que se visse verde se urinava

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Teve um frangueiro na década de 90 tbm que se visse verde se urinava

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK... verdade!!! Esse sofreu na nossa mão!!! E como sofreu!!!! (e como mereceu!!! hahahaha)

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No youtube tem a narração dos momentos finais da partida pelo Osmar Santos. Embora sabe se que o Osmar é palmeirense, era notória na narração dele o sentimento da imprensa na época principalmente nos momentos finais do segundo jogo.

 

Para quem quer ver e ouvir segue os links:

 

Primeiro Jogo: Palmeiras 1 x 1 Corinhtians

 

Segundo Jogo: Palmereiras 1 x 0 Corinthians

 

Chupa fregues.

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Que bela lembrança, Sérgio. Eu sou de 77, então infelizmente não vivi esse jogo. Mas é um dos que eu mais queria ter visto. Fiquei sabendo dele durante as reportagens da final de 93, na semana entre o primeiro e segundo jogo, quando a imprensa estava contando que o gambá iria devolver essa derrota.

 

Que pena... rs....

 

Isso deve ter sido o ápice da época. Eu imagino o grau da zoação no dia seguinte.

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No youtube tem a narração dos momentos finais da partida pelo Osmar Santos. Embora sabe se que o Osmar é palmeirense, era notória na narração dele o sentimento da imprensa na época principalmente nos momentos finais do segundo jogo.

 

Para quem quer ver e ouvir segue os links:

 

Primeiro Jogo: Palmeiras 1 x 1 Corinhtians

 

Segundo Jogo: Palmereiras 1 x 0 Corinthians

 

Chupa fregues.

 

 

No 2º vídeo, na marca de 3:09 o repórter cita o Ronaldo como o único tri campeão brasileiro, mais uma prova que a imprensa considerava taça BR / Robertão como campeonatos BR.

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No 2º vídeo, na marca de 3:09 o repórter cita o Ronaldo como o único tri campeão brasileiro, mais uma prova que a imprensa considerava taça BR / Robertão como campeonatos BR.

muito bem observado.

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É fundamental definir o conceito de campeonato paulista da época: o mais cobiçado e o mais importante para os times paulistas, muito diferente do que é hoje. Como era o mundo há 42 anos, sem internet, com raríssimas transmissões de jogo ao vivo. TV a cabo era algo inexistente e impensável... Rádio e jornais eram os principais meios de comunicação, e o poder de influência deles era tão impactante quanto às notícias on-line, fartas em qualquer smart phone hoje em dia.

Nesse cenário, impensável um time popular como os gambás estarem eternos 20 anos sem ganhar um campeonato paulista, principalmente se comparar-se que ganha-se disputando com 3 outros grandes só. Claro, os times do interior também eram fortíssimos, ainda assim, os 4 grandes da capital, e vez por outra a Lusa, estavam sempre comemorando algum título.

O que não mudou de lá para cá, foi o "mimo" da imprensa dedicado aos lixos. Haviam vencido o 1o turno, e já haviam garantido vaga na decisão do Paulista de 1974. O Palmeiras começou o campeonato meio "cambaleante", pois teve mais de meio time convocado para a Copa do Mundo daquele ano, e quando voltaram da Alemanha, não tiveram tempo de se readaptar. Mas no 2o turno, o Palmeiras fez prevalecer sua força, sua técnica, sua categoria, e venceu o 2o turno indo para a final contra os gambás.

Pronto! A receita do bolo estava feita! Gambás venceriam seu principal rival, e sairiam de seu mais longo jejum até então...

Artimanhas - todas elas suportadas e até incentivadas pela imprensa - não faltaram: desde fazer o 2o jogo da final no Morumbi (o Palmeiras era contra, pq o gramado estava em péssimo estado, por ter sido recentemente reformado, e a grama extremamente alta atrapalharia o time mais técnico), até a descarada mobilização da cidade para a festa em preto-e-branco.

No 1o. jogo, apesar do domínio absoluto do Palmeiras, empate em 1 a 1 numa 4a feira chuvosa...

No 2o jogo, com um Morumbi com mais de 100 mil sofredores, e com uns 20 mil palmeirenses espremidos nas arquibancadas, a verdade - contra tudo e contra todos - foi mantida: o Palmeiras era infinitamente superior ao seu rival, e nada, nem ninguém conseguiria reverter isso. Mais um jogo de domínio absoluto alvi-verde, da categoria de um Ademir da Guia, às defesas seguras de um Leão. Da simplicidade e eficiência na defesa com Luis Pereira e Alfredo, às subidas seguras ao ataque de Zeca pela esquerda, e Jair Gonçalves (substituindo naquela partida o ótimo titular Eurico) pela direita. Da firmeza, dedicação e resiliência de Dudu, que espantou toda a torcida ao ser "nocauteado" na barreira num tiro de Rivelino, e voltou 1 minuto depois ao campo como se nada tivesse acontecido, à inteligência e elegância de Leivinha, com seus dribles e cabeceios fatais. Da absurda velocidade de um Edu, aos dribles desconcertantes de um Nei. E, claro, com o oportunismo de um Ronaldo, que veio do Cruzeiro, e que apesar de não ser "ele", para os palmeirenses também sempre será um fenômeno, pelo golaço que calou e levou 90% de um estádio às lágrimas. Assim como 100% da imprensa.

Para os cinquentões como eu, difícil não encarar esse como o maior título de nossa história... o mais comemorado... o que tirou o preto das ruas antes do apito do árbitro, e pintou a cidade de verde logo após o final da partida... e a música que ainda ecoa em meus ouvidos... zum, zum, zum... é vinte e um!!!

 

 

Somente uma correção do seu texto:

 

Ronaldo jamais jogou no Cruzeiro.Foi revelado pelo Clube Atlético Mineiro onde foi Campeão Brasileiro em 1971.

Ronaldo é primo de Tostão.Tostão que também foi revelado na base América Mineiro.

 

O Tri Campeonato Brasileiro do Ronaldo foi 1971,pelo Galo e 72 e 73 pelo Palmeiras.

 

Roberto Rivelino era palmeirense antes de jogar pelos Gambás.

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Ronaldo jamais jogou no Cruzeiro.Foi revelado pelo Clube Atlético Mineiro onde foi Campeão Brasileiro em 1971.

Ronaldo é primo de Tostão.Tostão que também foi revelado na base América Mineiro.

 

O Tri Campeonato Brasileiro do Ronaldo foi 1971,pelo Galo e 72 e 73 pelo Palmeiras.

 

Roberto Rivelino era palmeirense antes de jogar pelos Gambás.

Está certo, amigo. O Ronaldo foi revelado pelo Galo, não pelo Cruzeiro, mas também jogou lá depois: foi campeão mineiro em 1977 e da Libertadores tb pelo Cruzeiro em 1976.

 

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Ronaldo jamais jogou no Cruzeiro.Foi revelado pelo Clube Atlético Mineiro onde foi Campeão Brasileiro em 1971.

Ronaldo é primo de Tostão.Tostão que também foi revelado na base América Mineiro.

 

O Tri Campeonato Brasileiro do Ronaldo foi 1971,pelo Galo e 72 e 73 pelo Palmeiras.

 

Roberto Rivelino era palmeirense antes de jogar pelos Gambás.

O sonho do Seu Nicola, pai do Rivelino, era vê-lo jogando no Palmeiras, seu clube de coração.

Só que na época nosso camisa dez era só o Ademir da Guia... complicado né?

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O sonho do Seu Nicola, pai do Rivelino, era vê-lo jogando no Palmeiras, seu clube de coração.

Só que na época nosso camisa dez era só o Ademir da Guia... complicado né?

 

Vi uma entrevista do Rivelino e ele disse que chegou a ir treinar no Palmeiras mas o enrolaram deixaram ele de lado e então ele foi para o Corinthians, ai quando o chamaram de volta para ir treinar no Palmeiras ele não quis mais. Enfim uma pena. Rivelino junto com Ademir da Guia seria fantástico. Depois da final de 74 Rivelino foi injustiçado e a culpa da derrota da final acabou sendo imposta a ele, com isso ele acabou indo pro Fluminense.

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