Acho que o Thalys precisaria passar pelo mesmo processo pra render. Ganhar um tanto de músculo pra poder aguentar a pancadaria, aí o futebol dele tbm apareceria, pq técnica sobra.

É um 9 que não é um 9. Igual ao Thalys. São jogadores de bola no pé e aproximação, apesar da boa finalização e excelente jogo aéreo. O fato de serem altos ajuda muito a jogarem centralizados, ainda mais se conseguir aliar isso à força física, mas pra aprender a fazer parede, jogar de costas como um 9 de verdade não é só tamanho. E força e jeito.

Rony de 9 é anterior ao Flaco. Rony já jogava numa dupla de ataque com o L Adriano, e este é quem voltava mais pra buscar o jogo, obviamente, pq era muito mais técnico. E acho que foi o auge do Rony, tendo um jogador técnico e inteligente próximo pra trabalhar com ele. Quando perdemos esse cara, ficou mais exposta a falta de qualidade técnica dele. Mesmo assim, tendo Scarpa, Dudu, Veiga, Zé Rafael e Danilo, ainda conseguíamos manter um bom volume ofensivo para alimentar o centroavante. Flaco chegou ainda nas vacas magras, mas é falso que ele tenha demorado 3 anos para render. 2022 foi ruim, 2023 ele foi reserva do Endrick e 24 foi um bom ano. Nada parecido com 25, mas já foi bem aceitável o que ele rendeu. Artilheiro do ano, bons números. Dá pra falar que depois de 1 ano e meio ele já tinha um nível bem aceitável. Acho que nem a comissão técnica imaginava que ele chegaria a esse nível atual. Acredito que eles já se contentariam se ele conseguisse manter o nível das boas fases de 2024.  

Não sei se dá para dizer que a torcida estava errada. Futebol é momento, projetar um jogador apenas pelo potencial e fechando os olhos para o que está acontecendo no momento é um pouco perigoso porque já vimos infinitas promessas que não vingam e nesse meio tempo tomam espaço de quem talvez poderia vingar. O Flaco de um tempo atrás era um jogador muito meia boca. Fraco fisicamente, cheguei a comentar várias vezes que era o argentino mais bunda mole que eu já tinha visto tamanho a falta de ímpeto dele.  Claro que existem "n" fatores nessa equação, como idade, adaptação, língua, cultura, modelo de jogo... mas no que diz respeito à comportamento, isso é 100% responsabilidade do atleta. Veja o Vitor Roque, por exemplo. Seu início aqui foi tecnicamente e taticamente muito ruim, mas nunca faltou ímpeto e vontade por parte do jogador. Sempre foi aguerrido, interessado, demonstrava vontade de dar a volta por cima. Diferente do Flaco, que em muitas oportunidades, parecia completamente desinteressado na partida, além de umas decisões completamente imbecis, como aquela cavada do meio do campo que ele tentou dar contra o botafofo. Agora, me parece que o atleta acordou e o esquema, enfim, se adequou à forma dele jogar. Não é surpresa porque no próprio Lanús ele não era o 9, fazia função muito semelhante a que executa hoje. Mas se o esquema ainda tivesse permanecido o mesmo, se ele estivesse entrando apenas para ser o 9 de área, as críticas estariam no mesmo tom. Méritos dele e da comissão técnica, como você bem colocou.