Cada vez que eu leio essas notícias me dá mais raiva da Leila e do Barros. Na época do Nobre e do Mattos éramos assim. Enrolamos o Barça para trazer o Mina. Enrolamos Gambas e Bambis para trazer o Dudu. Trouxemos Ricardo Goulart. Hoje tudo vira novela, tudo sai caro, tudo é difícil 

O caso Paulinho fica justamente mais emblemático pela postura da diretoria ao ir pela linha de que não contrata jogadores com histórico de lesão ou experientes medalhões. Só fez um dos maiores investimentos da história do futebol brasileiro em um jogador que praticamente não jogou por uma temporada e deve iniciar a próxima em tratamento. Competência e coerência, a gente vê por aqui. Fora os salários, que certamente estão entre os maiores não só do elenco, mas também do país na sua posição. Gênios. 

A média dos laterais do Brasil é justamente o desequilíbrio entre defesa e ataque. Em sua maioria, defendem mal ou muito mal e atacam de razoavelmente a bem. O Palmeiras tinha um promissor na base, que sempre defendeu mal, mas era um ótimo assistente. Foi emprestado ao Athletico. Comprou um jovem argentino que mal sabe dominar uma bola e não tem a menor capacidade ofensiva, apesar de saber marcar; e um brasileiro que fez uma boa temporada aqui, foi para o futebol russo, ninguém quase mais lembrava, começou bem e depois se mostrou muito perdido defensivamente, ao passo que é como a maioria dos brasileiros, só sabe apoiar o ataque. O Jefté não é diferente. Piquerez já foi um lateral equilibrado, vive má fase. Na boa, o trabalho dessa diretoria nesse aspecto é abaixo do medíocre. Péssimo mesmo. 

Minha visão sobre todos: limitados e comuns. Alguns mais, outros menos. Mas no geral são. Tivéssemos uma gestão decente nesse setor, teríamos no mínimo contratado jogadores com qualidade semelhante sem os valores absurdos por meio de empréstimos com custos fixados menores e em final de contrato ou até sem. Nenhum tem nada demais. Sou até mais admirador do futebol de alguns da base, pelo potencial mesmo. 

A verdade é que o Atlético Mineiro e o staff do jogador "fizeram a boa" em cima dos trouxas do Palmeiras, digo, da gestão mais competente do continente.  Mas falando ainda mais sério, o "Caso Paulinho" beira o amadorismo, coisa da época de Tirone sem grana, sem credibilidade no mercado e uma estrutura sucateada. É bizarro que clube em que os dirigentes fazem o pavão pra imprensa e pra torcida de "top mundial gestão mais profissional do futebol" faça uma cagada dessa magnitude onerando o Palmeiras financeiramente e tecnicamente, já que estamos sempre desfalcados do atleta e ele ocupa na folha salarial o espaço de um jogador de grande nível pra jogar no Brasil e ser titular nesse time.